O movimento vertical da construção vem de muito longe
O movimento vertical da construção vem de muito longe, de um fundo sem fundo que a visão não capta mas que é a condição primeira da visibilidade. A noite desse fundo é a força que unifica e propaga preenchendo o vazio da pupila e abrindo-a ao mundo. Essa força é a força da imaginação e a possibilidade de ser o que ainda não se é. O construtor sente a angustiante iminência do por fazer e o vazio de uma suspensão em que o nada é a ruína absoluta de toda a esperança. Mas do fundo desse abismo negativo um movimento ascensional erige o incomparável à torre da sua construção. É então que ele encontra a forma do ser como se o longínquo se tornasse acessível na distância. E assim o ser a si mesmo se junta e todos os gestos construtivos serão como que os frémitos do ser unido ao alento lúcido e claro do construtor.
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