O construtor aspira a uma comunidade fraterna e solidária

O construtor aspira a uma comunidade fraterna e solidária. Por isso, vive longe da sociedade, convivendo apenas com alguns amigos e, quer solitário, quer em companhia, a sua construção é a constante renovação da sua vida. Se a existência é uma incessante mudança, o móvel equilibrio de ser implica uma abertura aos outros sem preconceitos nem fantasias deformadoras. O deus do real não está no interior do sujeito, no círculo fechado da confusa intimidade mas no rosto dos outros e é através desses rostos que se perspectiva a construção humana de uma comunidade viva e essencialmente aberta. Nas pulsações da convivência, o ser emerge dos seus obscuros labirintos e encontra o pólo do outro que o clarifica e assegura a sua móvel e aberta identidade. A verdadeira origem solar reside neste encontro com o outro que, deste modo, ilumina o sujeito e o erige em face da alteridade essencial. O deus da origem e do recomeço da vida revela, assim, a sua integridade viva como ser da transformação e da mudança fértil do real. O outro é uma condição inicial da construção e está sempre implícito nela mesmo quando irrompe do círculo solitário do ser.

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