Uma voz na pedra

Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

Comentários

Creio na forca do poeta,
creio no seu ar, azul, de ceu,
na sua pena, que baixa ao simples olhar de um papel,
derrama a sua alma e a abre ao vento da imensidao.
Sinto o seu bafo quente e doce, perto de mim, em meu redor, trazendo-me novas que me fazem estremecer,
Sinto-te a ti, poeta, dentro de mim, porque me fazes ser...
somente ser...
somente ser...

Ola Joao, envio-te esta pequena ideia, das terras de sua magestade.
perdoa a sinalizacao ortografica mas o teclado e Ingles.
Sinto orgulho no que idealizaste.
espero por mais.
Um abraco grande aos dois,
Jose Ramos Perfeito
Swansea/UK

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