É a ele, ao deus mudo e insignificante que pertenço
É a ele, ao deus mudo e insignificante que pertenço. Uma ligação que de certo modo o não é, porque ele nunca se revela e, sempre fugidio, jamais permite a desejada companhia. Estar com ele não é, afinal, sentir a Ausência mais ausente e a infinita brancura do branco mais vazia e nula? Ele é o ser solitário, vazio, irremediavelmente separado. Um muro branco se ergue entre ele e eu. E, no entanto, como poderia escrever sem ele? Mesmo ausente, ele é a possibilidade da palavra, a iminência do encontro.
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