Mensagens

Amo o teu túmido candor de astro

O leitor sob esta lâmpada verá

Ouço o galope surdo do cavalo do sangue

Assimilando a árvore a borboleta e os gatos

Sempre a aprendizagem do sossego

A partir dos limites das palavras

Atento, vejo a chama fulva da abelha

Também de rasgões é feito o poema

Todo o tempo perdido

Para que uma só coisa

A partitura do impossível

Decantação da casa

Uma voz na pedra

O que é um encontro

(...)

A morte não é um teclado de sombras

Ninguém me saúda nas esquinas do papel

Cheguei a um limbo

Aceita, acolhe a minúscula astronomia de um jardim

Trago na palma da mão a luz diurna

É a ele, ao deus mudo e insignificante que pertenço

Aprender com as palavras a substância mais nocturna